Os sons da rua acenam-me pela varanda. Convido-os a entrar
na recusa do ocaso, no poente de mim não mais um nome por obrigação mas o homem
no seu todo. O homem duplicado pelo desenho do corpo envolto por ferros a
partir de então denominados de ferrugem porque da ferrugem as marcas e das
marcas o homem no seu todo. Os sons da rua esperam-me na varanda. Um poiso para
patinhas de pássaro, um passar de olhos, bom dia boa tarde como vai das dores
de alma se da alma um poente… a mulher sem nome, um acaso em que se tocam por
entre ferros e dos ferros a ferrugem que já se anunciara, da ferrugem partes
porque este homem é um todo… bom dia boa tarde boa noite, durmo mal há uns dias,
são as maleitas da idade, já dizia aquele homem de quem só guardo a imagem a
preto e branco de face quase enferrujada, bom homem no seu todo, da mulher
partes emolduradas e da moldura asas de libélula que dos encontros só rascunhos
em papel mata-borrão. Vá em paz e que deus o acompanhe, se deus me acompanha
deixa os outros sem guarda, deus é grande, grande é mas da varanda não deus só
pássaros incompletos, são as partes de deus. Bom dia boa tarde boa noite, das
maleitas uma infusão e da alma um vapor, adeus que se faz tarde, se o quiser
cumprimentar, um bater de asas que de nome não digno, nem que em sua morada
entre, pela varanda reconheço-lhe as patinhas, assim seja, assim o será.