Se me cobrires de terra que seja da extensão do vale que te preenche
Que em cada declive pontes e caminhos de ferro
Portos cobertos de musgo de tão antigos e barcos á deriva
Pescadores de nostalgia, amor em estado líquido.
Se me cobrires de água que seja da profundidade da barragem que te encerra
Que em cada afluente santuários sem chama
Paisagens de natureza morta em carne viva
E um percurso de espanto, a poesia dos sábios.
Se me cobrires de palavras que sejam inocentes como as gentes que me falam
Cobertas de musgo de tão antigas e chaminés de fumo
Arcaica forma de assinalar presença e encontrar aconchego
Mesmo que a fonte seque com o estio dos desventurados.
1 comentário:
Lindo. Profundo.
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