Sou do fumo dos corpos que ardem
Os estalidos virgens das articulações.
Nas vísceras multiplicam-se olhares vorazes,
Na indiferença de quem passa.
Sou do pó das cinzas que repousam
Os olhos cegos de poeira.
Sou do cigarro que se consome
Da célula infectada e do ventre proibido.
Sou do insecto
O bater de asas confunde-se
Com o ruído da solidão.
O fumo que sai negro.
Uma brasa que teima em não se apagar.
O último afago à terra
E a última poeira que me cai nos olhos.
É um adeus que se esfuma.
24.01.06
Sem comentários:
Enviar um comentário