sábado, janeiro 29, 2011

De sons se preenche o vazio da noite

Compus a melodia durante a noite.
Tem acordes de pesadelo, ritmos de insónia e violinos desafinados.
Tem sons inaudíveis, perceptíveis só de olhos fechados.
Aguardo pela composição da letra, palavras que me chegam em turbilhão,
Tempestades aflitas de mãos dadas com horizontes distantes.
Perto de mais para ser crente, apenas hologramas que perseguem sombras.
Compus a melodia durante a noite.
Pianos de cinzas, violinos estridentes, em absolvição.
Actos de contricção plasmados em figuras de estilo,
Palavras sussuradas num confessionário privado, um sopro ao de leve na pálpebra que treme.
Aguardo pelas palavras que chegam em turbilhão, vozes estilhaçadas
Neste espaço vazio onde sou acorde sem pauta definida.

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