domingo, dezembro 31, 2006

Continuo à espera...

Oblíquo

Enquanto o cântico se estender
Pelo infinito bordado no horizonte
Estenderei as mãos para segurar os anjos que desfalecem
Por se terem apagado as suas auréolas descrentes,
A crença roubada ao criador das harpas.
Os que pedem a rendição, o último aceno,
Ficam presos nas pautas, pelas asas,
São as vozes que se ouvem nos crepúsculos de sangue,
Cânticos etéreos de súplica e de salvação.
As minhas mãos estendem-se para segurar os anjos que esmorecem
Por se terem livrado do branco e abraçado o negro da noite,
Em cada asa a chaga da verdade, da ocultação da carne.
As putas aos tombos numa dança frenética,
Na palma da mão do criador das harpas.
A madrugada recolhe-se e o dia nasce rosado de vergonha,
É que as putas esqueceram-se das asas
E a mão permanece estendida á espera que a fechem.

22.01.06

1 comentário:

Anónimo disse...

Fico muito feliz por teres criado um blog...assim estarei atenta aos teus lindos e sentidos poemas. Sabes que os adoro...confesso que tinha saudades de os ler! este então foi o que mais gostei...
Beijinhos mágicos*