sábado, dezembro 30, 2006

O 1º suspiro

Origem

O odor a terra,
O leve céu que se aprisiona na bruma,
Na imperfeição do princípio adulterado.
Fosse eu origem de ti.
O branco translúcido
Das palavras que te endereço
São o rosto invisível do amor que nos une.
Fora da metafísica do óbvio,
Escondido da ilusão outonal
Que precede a invernia da perda.
Fosse eu origem de ti.
Fosse eu origem de tudo o que te surpreende.
Fosse eu a sombra que te contorna.
Fosse eu o destino que te prende.
E talvez assim, o longo caminho ladeado por cedros secos,
Cedros ásperos e cinzentos, ganhasse a vida de outrora,
A mesma vida que se alimentava da vida do teu mar.
Fosse eu origem desse tumulto,
Desse mar enraivecido que engole montes e vales sem igual.
Fosse eu origem das chamas
Que te devoram sem piedade, musa de etérea idade.
Fosse eu o céu que te acolhe,
Com canções de embalar, suspiradas a cada murmúrio teu.
Fosse eu a origem de ti.
Descrita neste branco translúcido,
Por palavras que te endereço, nesta noite fria e outonal.
Fosse eu a origem.
De ti, madrugada original.

29.11.05

2 comentários:

Anónimo disse...

Nao fosse eu tua amiga =P hihi..

Este poema é lindo!!! Incentivo-te a escrever mais uns quantos, quero isto editado, e uma capa deslumbrante... Continua!

Anónimo disse...

Ira (a tua amigaahhhhh)