quinta-feira, junho 07, 2007

Esboço da Melancolia

Mergulho no pântano que esta noite está sob protecção da lua
E apodero-me da quietude que outrora fora tua.
Que silêncio este que me envolve, uma brisa serena que se faz sentir,
No ar húmido da noite, começo a existir…
Numa fuga momentânea sigo o caminho até ao subtil,
Embalado compassadamente pelo silêncio taciturno que me abraça.
Com os ecos anelantes que vagueiam, perdidos do seu mundo,
Esboço almas que aguardam impacientemente um corpo
Em que possam continuar a existir…
A brisa serena faz-se sentir, no ar húmido da noite começo a submergir.
Musas desfalecidas rodeiam o meu corpo e seguram-no sob mim,
E vejo-me, pântano de carne e de desejo, pedaço inerte fora de gravitação,
Sem ti sou tudo e contigo… contigo não sei o que serei… é aqui que me sinto,
É aqui que existo, na ópera da noite e no silêncio taciturno,
Anjo sem asas, ente nocturno.


04.09.04

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