terça-feira, fevereiro 22, 2011

Monólogo e um chá para dois

Tu que não és tu mas que insistes em aparecer.
Tu que não és tu que me devolves em versos de saliva.
Tu que não és tu que me metamorfoseias em formas animais.
Tu que não és tu em corpo algum vísceras ou poros dilatados.
Tu que não és tu sem passo certo ao acaso e só porque apenas areia.
Tu que não és tu em línguas salgadas por rias cheias de olhos.
Tu que não és tu que ocupas os espaços com bailados disformes.
Tu que não és tu em copos de vinho partículas de vidro em lábios gretados.
Tu que não és tu que ousas hologramas de memórias a curto prazo.
Tu que não és tu mas que insistes em demorar.
Tu que não és tu que me moldas em lama.
Tu que não és tu que me sussuras nos tempos mortos.
Tu que não és tu não ousas sequer o nevoeiro do orvalho dos corpos.
Tu que não és tu apenas mimetismos de eu em centrifugação.
Tu que não és tu mas eu liberto de poros e vísceras pele em decomposição.

1 comentário:

Ira disse...

Feel it too